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Medos silenciosos que todos temos, mas ninguém diz

  • 4 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 9 de jun.


Toda a gente tem medos.

Mas nem toda a gente os admite.


Vivemos num mundo onde mostrar coragem é sinal de força, mas falar sobre medo ainda soa a fraqueza. Por isso, engolimos em seco. Fingimos segurança. Sorrimos por fora. E deixamos os nossos medos bem arrumados num canto da alma, como quem varre o pó para debaixo do tapete.

Mas eles continuam lá.


Chamam-se medos silenciosos — porque ninguém fala deles, mas quase todos os sentimos. E, se formos honestos, talvez nos reconheçamos em mais do que um.



O medo de não ser suficiente



Este é, talvez, o mais escondido. É aquela sensação de que, por mais que tentes, nunca és o bastante. Nunca és suficientemente bonito, interessante, talentoso, magro, produtivo, desejado.

É aquele eco interior que te sussurra: “Tu podias fazer melhor. Tu devias ser mais.”

É exaustivo. Porque corres atrás de uma versão ideal de ti mesmo que talvez nem exista.

E, pior, sentes que se os outros descobrirem quem tu realmente és, vão deixar de gostar.



O medo de ser esquecido



Talvez tenhas sentido isto ao ver os teus amigos fazerem planos sem ti. Ou quando envias uma mensagem e ficas à espera de resposta que nunca vem.

Há um medo que ninguém diz em voz alta: o medo de deixarem de precisar de ti. De deixarem de te procurar.

É por isso que dizemos “sim” a coisas que não queremos. É por isso que às vezes nos anulamos — tudo para não sermos deixados para trás.



O medo de falhar



Este é o medo que paralisa. Não é só o medo do erro, mas da consequência que ele traz: a vergonha, o julgamento, o “eu sabia que não eras capaz”.

É o medo que te impede de arriscar, de tentar coisas novas, de dizer “eu quero”.

E acabas por desistir antes mesmo de começar — porque a possibilidade de falhar dói mais do que o desejo de vencer.



O medo de mudar



Mudar dá medo porque implica deixar algo para trás.

Mesmo que esse “algo” já não te faça feliz.

É o medo do desconhecido. Daquilo que não controlas. Do que podes perder.

Mas, no fundo, o medo não é da mudança — é de te transformares e, mesmo assim, continuares a não te sentir bem.



O medo de sentir



Há quem tenha medo da dor.

Há quem tenha medo da alegria.

Sentir é vulnerável. E vulnerabilidade assusta.

Por isso, vestimos armaduras emocionais, evitamos conversas difíceis, calamos lágrimas, escondemos paixões.

Porque sentir é intenso. E, muitas vezes, preferimos o entorpecimento à profundidade.




Então… por que ninguém fala disto?



Porque crescemos a ouvir que “é só uma fase”, que “há pessoas em pior situação”, que “temos de ser fortes”.

Aprendemos a comparar dores em vez de acolhê-las.

Aprendemos a esconder medos em vez de os escutar.


Mas talvez esteja na hora de quebrar o silêncio.

Porque quando damos nome a um medo, ele perde força.

Quando falamos sobre ele, descobrimos que não estamos sozinhos.

Quando o olhamos de frente, percebemos que a nossa coragem nunca esteve na ausência de medo, mas na capacidade de continuar apesar dele.




Convite:



Este artigo não é um manual. É um espelho.

Não é uma solução. É uma abertura.

É para quem já chorou sozinho e depois limpou o rosto para ninguém notar.

É para quem se sente insuficiente, mas mesmo assim continua.

É para ti. Para mim. Para todos os que, em silêncio, vivem medos que nunca disseram em voz alta.


Talvez o mais corajoso que possamos fazer agora… seja falar.



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