Como as redes sociais normalizam comportamentos tóxicos

10 de abr.
2 min de leitura

E tu nem dás conta

“Se ele te ignora, é porque está a fazer o jogo do desinteresse.”

“Ciúmes é sinal de amor.”

“Ela está só com inveja… bloqueia.”

Quantas vezes já viste frases assim a circular pelas redes sociais? Aquelas “dicas” de amor, amizade ou autoestima que parecem inofensivas… mas que, no fundo, escondem comportamentos tóxicos disfarçados de conselhos.

As redes sociais são um espelho da sociedade — mas, às vezes, um espelho distorcido. E se não estiveres atento, começas a achar que tudo o que vês ali é normal. Mesmo quando não é.

O perigo da normalização

Scrollamos tanto que já nem reparamos no que absorvemos, começamos a rir de vídeos que humilham outros, a romantizar relações tóxicas, a admirar influenciadores que promovem padrões inalcançáveis e a achar “engraçado” aquilo que devia, na verdade, preocupar-nos.

- “Quem ama, controla.”

- “Mulher tem que se dar ao respeito.”

- “O homem é assim mesmo.”

- “Ela está sempre a fazer drama.”

Estas ideias repetem-se tanto que passam a parecer normais, mas não são.

O que está por trás disso?

Muitas vezes:

- Relações abusivas disfarçadas de “romance intenso”;

- Manipulação emocional mascarada de “preocupação”;

- Machismo escondido em “opiniões”;

- Pressão estética normalizada como “autoamor”;

- Humilhação e bullying disfarçados de humor.

Tudo com muitos likes, partilhas e comentários a incentivar.

E tu… já paraste para pensar?

- O que é que eu estou a consumir?

- O que é que estou a partilhar, rir ou valorizar?

- Estou a aceitar comportamentos errados porque “toda a gente faz”?

A normalização do tóxico começa no detalhe, na frase que parece só uma piada, no vídeo que parece só entretenimento, e quando damos por isso, estamos a aceitar — ou a repetir — padrões que nos fazem mal.